Algumas centenas de portugueses já contraíram gripe A mas, na maioria dos casos, as formas da doença são ligeiras e as pessoas infectadas já tiveram alta. Quem esteve doente fica imune e pode cuidar sem riscos de quem tem o vírus. Ainda não se sabe se a vacina vai estar disponível antes de Outubro, quando se prevê o maior pico de gripe A.
Os hospitais dispõem de Tamiflu e Relenza, medicamentos antivíricos para combater a infecção. Os doentes com sintomas gripais são aconselhados a ficar em casa 7 a 10 dias, período de contágio. As pessoas que voltam de regiões contaminadas podem ser monitorizadas à chegada e informadas das medidas a adoptar caso surjam sintomas.
O que é gripe A?
Trata-se de uma doença respiratória aguda, causada pelo vírus da gripe de tipo A. A taxa de mortalidade é, até à data, baixa e a doença demora entre 7 e 10 dias a desaparecer. Actualmente, há três subtipos: H1N1, H1N2 e H3N2. O surto que surgiu inicialmente no México e nos Estados Unidos e se tem disseminado pelo Mundo, atingindo mais de 70 países, é causado por uma variante do H1N1.
Como se transmite?
Pode ser transmitido entre humanos. Contém genes das variantes humana, aviária e suína do vírus da gripe. Entre humanos, a gripe A transmite-se como a gripe sazonal, através da tosse e espirros. O contágio pode também ocorrer ao tocar em objectos contaminados com o vírus e levar as mãos à boca ou nariz. Não se transmite pelo consumo de carne de porco ou seus derivados (por exemplo, chouriço). As elevadas temperaturas de cozedura eliminam o vírus.
Quais os sintomas?
São semelhantes aos da gripe sazonal, ou seja, febre, dores no corpo e de cabeça, dificuldades respiratórias, como tosse, espirros e nariz a pingar. Por vezes, causa perda de apetite, náuseas, vómitos e diarreia.Como se diagnostica?O diagnóstico é feito pela análise das secreções respiratórias ou sangue.
Qual o tratamento?
Tal como a gripe sazonal, a gripe A trata-se com analgésicos, repouso e muitos líquidos. Nalguns casos, os médicos podem prescrever antivíricos (Tamiflu ou Relenza). Contudo, a Organização Mundial da Saúde refere que a maioria dos pacientes restabelece-se sem necessidade desses medicamentos. De nada serve tomar antibióticos, pois não têm efeito sobre o vírus. A vacina da gripe normal também não protege. Ainda não se sabe se a vacina para este vírus vai estar disponível antes de Outubro, quando se prevê o maior pico de gripe A.
Os antivíricos podem ser usados de forma preventiva?
Estes medicamentos podem ser usados como prevenção, se teve contacto próximo com alguém infectado. Contudo, deve falar primeiro com um médico, já que podem surgir efeitos secundários não negligenciáveis, além de o uso indiscriminado pode criar resistências ao mesmo pelo vírus.
Os medicamentos vendidos pela Net são desaconselhados, sobretudo porque nem sempre há garantias quanto à sua origem e qualidade. A maioria dos doentes com gripe A não precisa desta medicação, pois tem formas ligeiras da doença. Contudo, em caso de necessidade, os hospitais têm reservas significativas de antivíricos.
Quem teve gripe A fica protegido contra o vírus e pode cuidar de quem está doente sem riscos.Como evitar o contágio?
Perante sintomas gripais, evite a transmissão de microrganismos: lave frequentemente as mãos durante, pelo menos, 20 segundos, com água e sabão, sobretudo depois de espirrar ou tossir;cubra a boca e nariz quando espirrar ou tossir, de preferência, com um lenço de papel;evite levar as mãos aos olhos, boca e nariz; utilize lenços de papel e deite-os fora, em sacos de plástico fechados; limpe superfícies sujeitas a contacto manual (como maçanetas das portas) com um produto de limpeza comum; se estiver num país onde existe um surto, evite locais com grande afluência, como centros comerciais, e o contacto com doentes. Ligue para as linhas telefónicas de aconselhamento ou dirija-se aos serviços de saúde locais, se tiver febre alta e sintomas gripais (tosse seca, dores no corpo e de cabeça, falta de ar, vómitos e diarreia).
Qual a melhor forma de lavar as mãos?
A medida mais eficaz é lavar frequentemente com água e sabão durante, pelo menos, 20 segundos. Quando não for possível e desde que as mãos não estejam visivelmente sujas, pode usar toalhetes descartáveis, soluções e gel de base alcoólica, à venda nas farmácias e nos supermercados.
Como tratar um doente?
O doente deve ficar num quarto isolado durante 7 dias, com uma casa de banho exclusiva, de preferência, sem receber visitas. Caso tenha de sair para ir ao médico, por exemplo, deve usar máscara. Quando tossir, cubra a boca com um lenço de papel e deite-o fora, fechado num saco de plástico.
Quem trata do doente deve evitar o contacto próximo. Se não for possível, por ser uma criança pequena, use máscara e lave bem as mãos após o contacto. Não partilhe toalhas de banho, pratos, copos e talheres. As toalhas e lençóis devem ser lavados a elevadas temperaturas. Limpe e areje diariamente o quarto e a casa de banho. Coloque os panos ou toalhetes de limpeza no lixo.
O que deve fazer quem regressa de uma zona afectada?
A Direcção-Geral da Saúde recomenda a monitorização do estado de saúde durante 7 a 10 dias após o regresso, mas apenas se esteve em contacto com um doente. Em caso de sintomas gripais, nos 7 a 10 dias após o regresso, deve ficar em casa e evitar contacto como outras pessoas. Logo que possível, ligue para a Linha Saúde 24 (808 24 24 24): um técnico de saúde irá fazer-lhe algumas perguntas para perceber se pode tratar-se de gripe H1N1 e, nesse caso, orientá-lo para os serviços competentes.
Como explicar a situação às crianças?
As notícias alarmantes podem gerar muitas dúvidas e ansiedade nas crianças. Deixe-as expressar-se sobre o assunto e responda às perguntas de forma clara e simples. Refira que estão seguras em casa e na escola: os adultos sabem o que fazer e tratarão delas se adoecerem. Explique alguns cuidados: lavar muitas vezes as mãos com água e sabão e não levar as mãos aos olhos, boca e nariz. Mostre-lhes a importância de dormir, comer bem e fazer exercício físico para ser saudável. Procure manter as rotinas do seu filho, evite ver constantemente as notícias na televisão e na Net sobre o assunto e expô-lo a eventuais comentários alarmistas entre adultos.
Que cuidados devem ter as grávidas?
As mulheres grávidas podem ter complicações graves com a gripe A, como acontece com a gripe sazonal, mas não têm mais probabilidades de contrair esta infecção. Como ainda não existe vacina, se estiver grávida, aposte na prevenção e siga os conselhos para evitar a propagação do vírus:cubra o nariz e a boca com um lenço de papel sempre que tossir, espirrar ou alguém o fizer perto de si. Depois, deite o lenço no lixo; lave frequentemente as mãos com água quente e sabão, durante 40 a 60 segundos, especialmente após espirrar ou tossir. Se utilizar um gel para as mãos à base de álcool, não adicione água e espalhe-o até evaporar ou secar; em ambientes muito movimentados, evite tocar nos olhos, nariz e boca, antes de lavar as mãos, pois o vírus também se propaga deste modo; reduza as suas saídas e evite o contacto com pessoas doentes; se for aconselhado, use correctamente uma máscara facial quando contactar com um doente. Se esteve próximo de alguém infectado ou em tratamento por exposição ao vírus da gripe A, contacte a Linha Saúde 24 pelo 808 24 24 24 e esclareça se precisa de tratamento para reduzir as hipóteses de adoecer.
Preste atenção especial ao seu corpo e ao que está a sentir (ver Quais os sintomas?).
Se sentir sintomas ligeiros de gripe, permaneça em casa e limite o contacto com outras pessoas. No tratamento da gripe, é muito importante manter a temperatura nos valores habituais para a saúde do bebé. O Paracetamol é o mais indicado durante a gravidez: pode tomar 1gr em cada 8 horas. Beba água ou outros líquidos em abundância. Se tiver dúvidas, contacte a Linha Saúde 24 pelo 808 24 24 24. Antivirais como o Tamiflu ou Relenza, só com prescrição médica. Não estão descritas complicações na grávida ou no feto com a toma destes fármacos.
Lave frequentemente as mãos com água e sabão, durante 40 a 60 segundos, ou com uma solução alcoólica. Mantenha o bebé afastado de pessoas doentes ou áreas afectadas. Limite a troca de brinquedos com outras crianças, sobretudo se os levam à boca. Neste caso, lave-os com água e sabão. Se ainda amamentar e o bebé ficar doente, ofereça-lhe a mama com maior frequência, pois terá maior necessidade de líquidos. O leite materno é mais rico do que a água, sumo ou soluções de reposição hidroelectrolítica. Além disso, ajuda a proteger o sistema imunitário. Se o bebé estiver tão doente que não consegue mamar, dê o seu leite por copo, biberão, seringa ou conta-gotas.
E se estiver infectada com o vírus, posso amamentar?
Sim. Como as mães produzem anticorpos para combater as infecções, o seu leite é adequado para neutralizá-las no bebé. O aleitamento também ajuda a desenvolver a capacidade do bebé para se defender de infecções respiratórias. Durante o período de contágio, extraia o seu leite e peça a uma pessoa ou familiar não doente para dá-lo ao bebé. Se não tiver alguém para cuidar ou alimentar o seu bebé, siga os conselhos: evite tossir ou espirrar a menos de 1 metro do bebé ou para a sua face; proteja o nariz e a boca com um lenço quando tosse ou espirra e lave sempre as mãos depois; utilize a máscara quando cuida do bebé e substitua-a quando estiver húmida; para retirar a máscara, toque apenas nos atilhos ou elásticos e não na frente (caso contrário, deve desinfectar cuidadosamente as mãos antes de tocar no bebé).Mesmo a tomar medicamentos para prevenir ou tratar a gripe, não pare de amamentar, pois aqueles não têm contra-indicações.
Numca é demais passar informação e relembrar que não é só aos outros que acontece.
Sem comentários:
Enviar um comentário